GERDAU

Direito 4.0: uma tendência transformadora da cultura jurídica

"Sobre a nossa experiência com a Gerdau, podemos dizer que o pessoal da eficiência operacional entendeu as dores da operação e pesquisaram ferramentas/soluções para automatizar atividades repetidas. O resultado? Aumento da produtividade do time". Entrevista com Gustavo Galizzi, sócio da GSI.

O ambiente corporativo está cada dia mais desafiador. Há uma tendência de expansão por meio de parcerias com sócios em operações locais, que conhecem bem esse mercado. Por outro lado, é cada vez mais difícil manter um controle efetivo sobre todas essas operações espalhadas, não?

Gustavo Galizzi - Crescer de forma organizada é uma condição dessas estratégias. O compliance nas empresas é cada vez mais rígido. Se for para crescer e aumentar o grau de liability, certamente o negócio não acontecerá. Aqui na GSI temos clientes que primeiro organizaram sua malha societária de CNPJs na nossa plataforma para depois iniciar esse ciclo de expansão (estruturada).

A GSI recebeu algum pedido de novo recurso para ajudar na gestão de seus administradores? De quem?

Gustavo Galizzi - A gestão de administradores nessas múltiplas operações é sempre complicada, para não dizer improdutiva. Nem sempre os mandatos findam nas mesmas datas, nem sempre as regras de representação das empresas são as mesmas. Por vezes o departamento jurídico responsável descobre que o mandato de um administrador, ou de um procurador, não está vigente quando da necessidade de uma assinatura de um contrato importante para o negócio. Quando a Gerdau começou a usar nossa plataforma eles pediram para desenvolvermos um relatório específico para CPFs, o que incluía os administradores e procuradores das suas operações.

Como funciona esse recurso?

Gustavo Galizzi - A demanda deles era a seguinte: precisamos saber em quais empresas do grupo determinada pessoa (CPF) é administradora e qual é o mandato dela. Na época lembro de tê-los questionado se fazia sentido identificar também em quais empresas essa mesma pessoa era procuradora ou sócia, e eles entenderam que sim. A partir disso criamos o nosso relatório por CPF. Todos os CPFs que forem cadastrados como administradores, procuradores e sócios nas diferentes empresas do grupo podem ser consultados em forma de relatório. Rapidamente o usuário, então, descobre em quais empresas um determinado CPF é administrador, procurador, com seus respectivos vencimentos de mandatos, bem como descobre em quais empresas determinado CPF é sócio e com qual participação. Assim fica fácil de gerenciar.

Este pedido partiu de que área?

Gustavo Galizzi - Da área de eficiência operacional do Departamento Jurídico do Grupo. Timaço. Eles dividiram o departamento jurídico em dois: operações e eficiência operacional. Faz muita diferença. O pessoal da eficiência operacional entende as dores da operação e fica pesquisando ferramentas/soluções para automatizar atividades repetidas, incrementar a produtividade do time.

Parece que as áreas jurídicas estão cada dia mais ajustadas aos processos 4.0. Faz sentido esta afirmação?

Gustavo Galizzi - Já vemos em outros clientes da GSI essa separação entre operações e eficiência operacional nos departamentos jurídicos. Isso é Direito 4.0. É uma tendência transformadora da cultura jurídica, e que veio para ficar. Não dá mais para ver o jurídico fora do negócio. Pelo contrário, ele é fundamental para o sucesso do negócio. Eficiência e produtividade precisam ser entendidos como premissa das atividades do departamento. Nesse caso, o uso de ferramentas tecnológicas é cada vez mais uma necessidade. Nossos clientes já sabem disso, não por acaso usam a GSI como plataforma de gestão da rotina societária de seus CNPJs.